quarta-feira, 23 de novembro de 2011

AS CONDIÇÕES DE TRABALHO DE QUEM DEVE TRABALHAR POR AMOR.

Adolescente diz que arma era de amigo
Em depoimento, adolescente afirma ter conseguido a arma com amigo assassinado
23.11.2011|
O rapaz de 15 anos que teria disparado por acidente contra colega de mesma idade dentro da sala de aula, no fim da aula de química da última segunda-feira, 21, teria conseguido a arma com amigo assassinado na comunidade onde vive e estuda, havia dois anos. O amigo teria morrido e ele, colhido a arma para si. Pelo menos, essa foi a declaração dada à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), de acordo com escrivão responsável pela oitiva do caso, Delano Feitosa.
Onde conseguira a arma era (ou ainda é) o grande mistério da história desse rapaz, bem visto pelos professores, tido por brincalhão pelos alunos. Na Escola Estadual Professor Aloysio Barros Leal, no Conjunto João Paulo II, Messejana, os rumores saíam dos corredores e se espalhavam pelos alpendres da vizinhança. Ontem pela manhã, ouvia-se desde acusações à família do rapaz, até apostas sobre feiras clandestinas nas mediações da escola, as hipóteses pulularam. Mesmo porque, no calor do momento, o moço não quis dizer onde conseguira o revólver. Foi só dentro da sala de depoimentos da DCA, que a conversa teria mudado de figura.
De acordo com as afirmações de Delano Feitosa e da coordenação da escola, aconteceu assim: às 11h40min de segunda-feira, 21, o menino teria retirado o revólver de baixo da carteira ao final da aula de química, quando a arma teria disparado por acidente. O projétil teria ricocheteado no chão e acabara alojado na orelha da colega de classe, também com 15 anos. Seria a primeira vez que levara a arma para escola, para autodefesa.
“Ele disse que estava sendo ameaçado, porque tinha discutido com outro rapaz”, reportou o professor de futsal do moço, Thiago Cruz, de 30 anos. Conforme a coordenação da escola, a menina foi encaminhada ao hospital, onde o médico teria desalojado a bala sem dificuldades. Também de acordo com Edson Morais, o coordenador escolar, o incidente não passou de fatalidade.
Medidas de segurança
De concreto, a escola assustou-se, fatalidade ou não, e pretende modificar o sistema de segurança. Segundo declarações da coordenação, deverá pleitear mais armas dentro da escola para a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc). Nas mãos de seguranças, dois por cada turno.
Um homem armado e dois porteiros cuidam das entradas e saídas hoje na Aloysio Barros. Mais proximidade com o Ronda do Quarteirão também foi levantado como desejo da gestão, além de campanha interna pela paz em parceria com o grêmio escolar, o “É Tempo de Lutar sem Medo”.
ENTENDA A NOTÍCIA
Autor de disparo acidental teria “futuro brilhante no futsal”, conforme declarações do treinador da escola onde o menino de 15 anos atingiu sem querer uma colega de classe da mesma idade, dois dias atrás.

Saiba mais
“Ficamos muito chateados quando fomos chamados de mau exemplo (manchete de capa do O POVO de ontem, 22). A escola desempenha papel essencial na comunidade”, reclama o coordenador escolar, Edson Morais.
São 1.493 alunos matriculados, todas as 14 turmas de ensino fundamental são beneficiadas pelo programa Mais Educação, iniciativa federal voltada para o aumento do tempo do aluno na escola.
São classes de teatro, dança, música, futebol e reforço escolar. Até o ano passado, o menino autor do disparo ficava dois turnos na Aloysio Barros. Em 2011, estudante da 1ª série do ensino médio, não mais.
De acordo com a coordenação da escola e com alunos ouvidos, a comunidade é violenta, mas já foi mais.

Janaína Brás
janainabras@opovo.com.br
Fonte: www.opovo.com.br

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