A CREDE lê o nosso blog e parece que se incomoda com o que os professores escrevem aqui, pois a orientadora geral foi de posse de uma cópia do artigo abaixo à Escola Maria Amélia para rebater as informações que aqui estão formuladas. Não somos técnicos ou peritos em tabelas ou leis, embora possamos cometer alguns equivocos, temos um mínimo de senso crítico para interpretar o atual momento político, e este é de repressão.
15% é prejuízo na certa
15% é prejuízo na certa
Quem acessar a página da SEDUC verá a ata da reunião de negociação do dia 04 de Novembro na íntegra. Está mais fácil de visualizar do que no próprio site da apeoc. Essa ata mostra que os professores que estão no estágio probatório serão os maiores prejudicados, pois na proposta do governo não há nenhum incentivo financeiro para quem é especialista. Quando entrei para o serviço público no Estado do Ceará, em julho de 2004, tinha um salário que recebeu um acréscimo de 40% ao fim do estágio probatório (por que sou especialista). A atual proposta do governo não prevê nenhum centavo. Só os míseros 15%, que aliás é para todos professores. E olhe que professor mestre ou doutor terá um aumento percentual menor que o meu, que sou especialista, pois o mestre terá apenas 20% e o doutor, 30%.
Outra coisa que a ata de negociação não mostra. Como fica o nível de quem está estágio probatório. Passa do 01 para o 09? Mas eu não vi isso na ata. E se não está escrito, não vale. Portanto, professor em estágio probatório, especialista ou não, só muda de nível, se o governo quiser. E quais são os critérios para mudança de nível?
Outro ponto importante, a tão sonhada redução de carga horária. O governo diz que irá reduzir de forma escalonada a partir do segundo semestre letivo de 2012, ou seja, lá para outubro, e por escola. Quais escolas? Qual o critério? E o governo vai fazer isso no meio do ano letivo? Então por que não faz isso agora? Contrata novos professores, nem que seja uma parte.
Essa proposta do governo ainda fere a constituição, pois pela unificação das tabelas deveríamos não ter mais que negociar com o Estado do Ceará, mas com o próprio FUNDEB, pois o aumento deveria ser automático pela tabela de gastos por aluno. A previsão é de que o aumento seja de 22-23%, em maio, e o Governo do Estado Ceará só vai nos dar 15%, dividido em duas parcelas. Portanto, estamos perdendo pelo menos uns 7%.
Se aceitarmos passivamente e com medo das represálias a atual proposta do governo, de que adiantou fazermos dois meses de greve? Para termos perdas salariais em termos percentuais?
Não nos esqueçamos:
1. Um especialista de ontem ganhava aumento de 40% após o estágio probatório. E hoje, ganha o quê?
2. Um mestre ou doutor de hoje vai ganhar menos, em termos percentuais, que um especialista de ontem.
3. O governo afirma que vai alocar recursos da Educação, diminuindo o investimento direto, levando-o para o pagamento da folha de funcionários. Isso significa que ano que vem vai faltar papel até para uma simples cópia em algum documento na escola. Os resultados dos indicadores internos e externos caindo, de quem é a culpa? O governo vai dizer que é dos professores, pois todo o dinheiro disponível estará sendo usado com a folha de pagamento.
E por fim, não nos esqueçamos dos vexames sofridos na Assembleia Legislativa em Fortaleza, da pancadaria, do sangue dos nossos colegas, da violência sofrida na Rua São Pedro, em Juazeiro do Norte, no dia 07 de Setembro.
Não sei se nossa greve vai dar em algo melhor do que nos está sendo proposto, mas quero ter o orgulho de ter participado de um movimento que já entrou para a História do Brasil como a maior greve que o Ceará já enfrentou. Uma luta de Davi educado contra um Golias embrutecido pelo poder absolutista. Que a História nos julgue, mas sabemos que o governador já fez isso. Sepultou nossa carreira, só não poder fazer isso com nossa dignidade, pois a mesma está em nossos corações, onde ele não tem acesso.
Raimundo Nonato Chaves Junior
Administrador do Blog
PS: Desculpem os nossos leitores se a liberdade de expressão incomoda aos poderosos no Brasil, mas ela é uma prerrogativa do Estado Democrático de Direito.
E desculpem também alguns erros de digitação ou de ortografia, mas tenho de atualizar o blog entre uma garfada e outra, já que a tão sonhada carga horária não foi reduzida ainda para que eu possa ter mais esmero no ato de escreve, ops, escrever. Mais a redução de carga horária vai ocorrer quando o bico da galinha cair, a mula sem cabeça aparecer, a mulher do padre surgir e outros tantos contos da carochinha forem recontados.
E se daqui um ano o governador cumprir a lei federal e reduzir mesmo a nossa carga horária, membros do governo podem de novo ir até às escolas esfregar na nossa cara que ELE faz o que diz, será um pouco humilhante, mas prazeroso ver um político no Brasil cumprir a lei de vez em quando.
Força companheiros de luta do Cariri! Parabéns pela iniciativa de esclarecer nossos professores das armadilhas desse governo autoritário.
ResponderExcluirParabéns professor Junior pelo post no blog,como dizem por aí"a verdade dói" e isto ficou provado quando a representação do governo foi atá sua escola por causa da verdade dita neste blog.Que pena que o diretor de sua escola não "estar diretor" neste momento(esqueceu que é e continuará sendo professor quando este cargo passar)
ResponderExcluirNão desistamos da luta!
Avante colega!
Gostaria de ressaltar aqui o orgulho de fazer parte dessa categoria de bravos guerreiros e dizer que a capital e as todas as regiões do estado, que não se dobram aos desmandos desse desgoverno, estão lutando sim é pela tão sonhada educação de qualidade e que por mais que tentem desmerecer nossos esforços, não aceitaremos o canto da sereia que tanto o desgoverno como o sindicato - que deveria representar de verdade essa categoria - estão tentando nos fazer cair. Esclarecendo um ponto nessa tão brilhante explanação: o aumento não será de 15% mas de 9% + ou -, pois os 7% de janeiro coincide com nossa data-base e assim não entra na negociação com o governo, pois o reajuste de acordo com a inflação será algo em torno de 6%. Então senhor governador, não tente parecer bonzinho tentando tapear a população. Nós não somos bobos. Não aceitamos a divisão dos ganhos da categoria. Piso repercutindo na carreira e reunificação das tabelas, já!!!
ResponderExcluirParabéns, nobres companheiros. Esses comandados do governo comportam-se como verdadeiros vigilantes da ditadura ora imposta em nosso estado. Não devemos nos calar frente a isso. Forças, companheiros !
ResponderExcluir