Deputado diz que ato de professores é covarde
Diario do Nordeste
03 Novembro 2011
Ronaldo Martins disse que reajuste aprovado não é o ideal, mas significa aumento real para determinado grupo.
A afixação de cartazes nas escolas, citando os deputados que votaram a favor do reajuste salarial, foi criticada na tribuna.
O deputado Ronaldo Martins (PRB) solicitou, ontem, durante pronunciamento na Assembleia Legislativa, que a Mesa Diretora da Casa tome uma iniciativa em relação a afixação de cartazes nas escolas do Estado com fotos de 34 deputados "que teriam votado contra o aumento dos vencimentos dos professores".
O Cartaz traz a seguinte frase: "Deputados que votaram a favor de Cid Gomes e contra os professores". Trata-se da votação que aprovou a mensagem do Governo criando nova tabela vencimental para os profissionais de nível médio do grupo ocupacional magistério da educação básica. A votação foi marcada por tumulto e pancadaria.
Para Ronaldo Martins, é uma atitude "covarde", pois o material não é assinado por ninguém. O parlamentar disse que teve acesso ao cartaz no endereço eletrônico do Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc). Segundo o deputado, além dos cartazes, os próprios professores estão abordando o conteúdo desses informativos junto aos alunos.
"Eu digo sem medo de errar. Essa Casa tem sido a única fonte de mediação de muitas lutas dos servidores. É aqui que encontram apoio. É aqui que tem a sua voz garantida. É aqui que podem e devem se manifestar", defendeu.
Suspeito
Ronaldo Martins disse não conseguir compreender a lógica "irresponsável" com que vem sendo tratada a movimentação dos professores neste ano, pois culminou em agressões por excesso tanto dos professores quanto da segurança da Assembleia. "Eu considero justa a reivindicação dos professores. Mas o que o sindicato está fazendo com o nome desta Casa é, no mínimo, suspeito", considerou.
O deputado disse que votou favorável a mensagem enviada pelo Governo por equipar ao piso nacional o salário dos profissionais da educação de nível médio. Ronaldo Martins reconhece que ainda não é o ideal de remuneração para os professores, mas significou aumento real para um grupo do magistério, "historicamente injustiçados em seus vencimentos".
"Então, por favor, me respondam os senhores e senhoras, que votação contra os professores foi esta que está colocada no cartaz?", questionou, deixando claro que causa revolta a maneira como os deputados estão sendo abordados na rua, "por uma mentira mal contada pela Apeoc ou por quem quer que tenha feito estes cartazes".
O pronunciamento do deputado recebeu o apoio de vários colegas. Sérgio Aguiar (PSB) disse que os parlamentares que votaram a favor da matéria estão sendo julgados como se tivessem feito algo que prejudicou o professor, quando, segundo ele, os parlamentares dotaram os profissionais de nível médio de melhor salário.
Constrangimento
O deputado Fernando Hugo (PSDB) garantiu que, na Assembleia, não há nenhum deputado que vote contra servidor: "Nunca usei a massa professoral como massa política". Já Inês Arruda (PMDB) atesta que os cartazes colocam os parlamentares em situação de constrangimento. "Como se tivéssemos votado contra os servidores, o que não é verdade", alegou.
O líder do governo na Assembleia, deputado Antonio Carlos (PT), acredita que a História é que vai fazer o julgamento do processo de valorização do magistério. "Vamos aguardar. O tempo é que vai fazer justiça", ponderou.
Fonte: diariodonordeste.globo
MARÍLIA CAMELO
MARÍLIA CAMELO
Fonte: www.apeoc.org.br
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