quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Licões da greve

Em artigo publicado nesta quinta-feira (19), no O POVO, o professor de Ciências Políticas, Pedro Henrique Chaves Antero, critica a postura dos deputados estaduais nas manifestações de servidores do Estado. Para o professor, na esperança de cargos e benefícios, os parlamentares perfilham-se ao lado do governador. Confira:Mais uma vez se constata, no Ceará, a inapetência da maioria dos deputados para o efetivo trabalho da representação política. Há pouco tempo isso ficou claro por ocasião da greve dos professores. Somente dois ou três deputados estavam a par das reais dificuldades e anseios da categoria. O sindicato dos professores caminhava sozinho enquanto a quase totalidade dos parlamentares perfilhava-se ao lado do governador, na esperança de cargos e benefícios.Agora, foi a vez da Polícia Militar. Apenas o deputado federal Chico Lopes surgiu como um dos mediadores nessa questão. Segundo Alan Neto, o dia 3 de janeiro ficará marcado para sempre no calendário de Fortaleza. Foi o dia em que a cidade parou e o Abolição, segundo o colunista, ficou de quatro.Nada justifica a omissão da Assembleia e do Poder Executivo nesse “affair” policial. A ausência dos representantes do povo e o silêncio do governador, nesse incidente de consequências imprevisíveis, são fatos inéditos no Estado. Nunca se viu tanta distância da Assembleia Legislativa em relação às aspirações coletivas e tanta indiferença do governador ao grito das ruas.É obvio que as omissões do Executivo e do Legislativo não justificam as ações criminosas da Polícia nem a violação da Constituição Federal. A ação policial foi além dos limites legais e violentou o bom senso e a oportunidade de fazê-la. Entretanto, o episódio serviu, pelo menos, para derrubar a arrogância do governante e lembrar que o Legislativo deve representar o povo e estar atento às suas causas e interesses.É lamentável que a ordem e a autoridade públicas tenham sido jogadas ao chão e o povo ficado refém de bandidos e marginais. Mas é preciso lembrar, também, que os erros devem ser corrigidos e as lições aprendidas. Essas, sobretudo, devem ser estendidas ao Brasil inteiro, pois ordem e autoridade só são asseguradas quando fincadas na liberdade, na ética, na justiça e no Estado de direito. O Brasil não estará seguro enquanto não der um basta na corrupção, na mentira e na imoralidade.
Enviado pelo prof. Francisco Duarte

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